O Grande Fluxograma para você decidir se faz Ciência ou vai vender sua Arte na praia

Caros seguidores… Em algum momento da vida, todos nós acabamos confrontando um grande momento de decisão: “e aí, será que devo seguir com a ciência ou ir vender minha arte na praia?”… Para ajudar incautos e indecisos, deixo aqui o Grande Fluxograma Pra Você Decidir Se Faz Ciência Ou Vai Vender Sua Arte Na Praia (clique na figura para ampliar).

fluxograma_libardiÉ… a estatística diz que está mais fácil ir vender arte na praia…

31 pensamentos sobre “O Grande Fluxograma para você decidir se faz Ciência ou vai vender sua Arte na praia

  1. “você acha que a ciência é uma ‘mera visão de mundo’?

    SIM! sempre foi e será, e nem por isto deixa de ser ciência ou perde a validade!

    Aqueles ‘velhos’ cientistas que acreditam que nós vemos a realidade através da ciência e os outros creem em fantasias. Este tipo de análise talvez esteja paralisada em algum canto do renascimento europeu, mítico, onde haveria uma ciência pura, teorias flutuando sobre as práticas.

    Só pegar o trabalho, na prática, de qualquer cientista para ver que o limiar de criar uma realidade, uma visão de mundo, e descobrir uma visão de mundo, é bem tênue. Você os verá fazendo política, precisando de mudar um pouco o mundo para que as coisas andem, ou a teoria faça sentido. Darwin, por exemplo, você acharia que a teoria da evolução poderia andar se o conhecimento zoológico da época de Darwin fosse restrito apenas aos animais europeus? E para ter aquelas grandes navegações foram necessárias um grande fluxo de alianças entre pessoas e objetos, descobertas e políticas. Precisamos criar a evolução para que ela possa existir e andar com as próprias pernas.

    E essa ideia de que existe uma coisa, chamada realidade, externa, e que possa existir uma coisa que independa dela, é tão, mas tão visão de mundo, que faz parte de uma visão de um mundo que herdamos dos gregos (mas daqueles que gostam do Sócrates), muito mais por motivos históricos que lógicos. A menos que exista deus e que ele abençoou nossa sociedade com a capacidade de ver a realidade, enquanto todas as outras sociedades creem em mitos e fantasias, esta “visão de mundo” que adotamos será ‘A realidade’. Caso contrário continuará uma visão de mundo.

    Acho que o grande problema de boa parte do pensamento científico atual é que no fundo as pessoas ainda são cristãs enrustidas e creem em poderes míticos de fatos historicamente construídos.

    Curtir

    • Ah sim, tenho mestrado em fisiologia e entrando no doutorado em antropologia. As vezes vendo arte na praia, pinto telas a óleo e gosto de arte como grandes cientistas como o Flemming ou o pintor Mondrian.

      Curtir

      • Ter formação científica não garante que você saiba o que é ciência. O Michael Behe é bioquímico e escreveu um dos livros mais mentirosos sobre a vida e a evolução (A Caixa Preta de Darwin), que causa danos em todos os campos do ensino de ciência até hoje, e ainda fomenta discursos falaciosos como os do Design Inteligente.

        Temos algo em comum, também gosto de arte, e desenho. Se não fosse assim, você não estaria vendo este post. Por outro lado, tem quem se dedique mais à ciência, quem se dedique mais à arte, e quem precisa escolher ao que se dedicar com mais afinco. Por isso o fluxograma.

        Curtir

    • Olá Marcelo,

      O problema é a confusão entre o que é ciência e a prática da ciência. O conhecimento é construído ao longo do tempo, mas sempre sobre o que se pode observar ou inferir.

      A gravidade, a evolução, a mecânica, movimentos e dinâmica dos corpos celestes, por exemplo, estão longe de ser uma visão de mundo, ou não fazerem parte da realidade de alguma cultura, só porque ela não aborda ou nega os temas.

      Por isso, as bases da sua opinião, expressada aqui, não se sustentam, e acabam distorcendo o entendimento do que é Ciência.

      Curtir

      • Libardi!

        A questão não é tanto de ser minha opinião sobre o assunto ou minha visão sobre os fatos, apenas compartilho o posicionamento de uma área de conhecimento chamada de ‘estudos científicos’, onde pesquisadores acompanham os cientistas em sua prática, reunindo principalmente antropólogos e sociólogos, com diversos trabalhos excelentes e premiados.

        Existe uma bibliografia muito boa e bastante sólida sobre este tema. Talvez você também goste como eu também comecei a gostar. Tem um livro que se chama Ciência em Ação, do Bruno Latour, muito agradável a escrita.

        Uma das ideias desta área é sair de um nó que a modernidade inventou para se autossustentar, as separações entre sujeitos e objetos, entre política de ciência, entre homem o e a natureza. Boa parte dos estudos sobre a ciência tenta explicar as coisas como sendo ou mais sociais ou mais naturais, mais construção social ou mais realidade revelada, mas os estudos científicos nem tentam entrar por este caminho, ele não vale o esforço.

        Acompanhando a prática de cientistas, por exemplo, Luis Pasteur, dizer que sua descoberta não foi apenas uma visão de mundo, mas na realidade ele encontrou “A realidade” é bastante circular. A ‘realidade’ para ganhar autonomia precisa também ser criada. Paster também pasteurizou a frança, precisou de uma séria de construções, alianças e criações para que a natureza pudesse falar por si só. Não existe sujeito de um lado, e realidade/objeto do outro. A visão de mundo de Paster permitiu que ela andasse por contra própria. A realidade não está aí fora para ser coletada em uma bolsa. Precisamos convencer o CNPq, por exemplo, que nossa realidade vale a pena.

        Nossa mera “visão do mundo” que existe uma única visão de mundo, coisa que a ciência teria o privilégio de desvendar é uma coisa que só existe em manuais. Existem outras epistemologias no mundo que dizem outras coisas. Por exemplo, na América do sul, os índios acreditam que não existe uma natureza, mas várias. A cultura que é uma só. Esta análise foi nomeada de multinaturalismo, estudada por um carioca, Eduardo Viveiros de Castro, que anda dando um nó na cabeça de muitos epistemologistas. Outro nome legal é o de Boaventura de Souza, que escreveu sobre as epistemologias do sul. Segundo ele o conhecimento científico ocidental é muito bom para mandar o homem para a lua, mas para salvar a Amazônia não serve! Posicionamento interessante o dele, lembrando que ele não diz que a pensamento científico é errado, mas que existem outras “meras visões de mundo” que também são tão válidas quanto a nossa. Tão científicas quanto!

        Se você vai ver como o antibiótico ou os anéis de benzeno foram descobertos é muito difícil de achar um critério que diferencie de um Page ou um feiticeiro selecionando coisas para realizar algum ritual. E da mesma forma eles, pages e feiticeiros, precisam criar uma série de coisas para que a uma realidade ande por si só.

        Sobre o fato de ter conhecimento científico não garantir que alguém saiba o que é ciência, concordo plenamente. Me lembra bastante autores famosos que falam grandes besteiras fora de seus campos, como o fisiologista Jared Diamond falando sobre evolução, ou sociedade, repetindo velhos erros de sociólogos do final do século XIX e início do século XX, sobre evolução social, refutados a quase 100 anos por, talvez, completo desconhecimento sobre quase um século de pesquisa em ciências sociais. Atualmente biólogos tentam definir o que seria cultura, para estudar a cultura nos animais, com definições que também repetem tentativas e enganos de 80-100 anos atrás na sociologia.

        Aí não é uma questão de saber o que é ciência, mas saber separar o que é uma ciência de manual, que talvez só exista em manuais, e o que é uma ciência na prática.

        Uma frase interessante de um cara chamado Phillippe Descolá, antropólogo membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos e professor em antropologia social. Que diz o seguinte:

        “ Há, de fato, nenhuma coisa como verdade final; paradigmas e epistemes são construções sociais, inevitavelmente, os produtos de um determinado tempo e lugar. No entanto, algumas construções são menos adequadas do que outras para compreender o mundo, e quando elas não conseguem iluminar e mostram-se contrárias à experiência devem ser revisadas ou abandonadas.”

        Não sem crítica sobre o que ele escreveu, mas é muito fecunda a prática de ver a ciência também como uma tentativa de ter uma mera visão sobre o mundo.

        Eu venho de uma área da neurociência da visão que toca o tema de visão computacional, uma forma de tentar compreender a maneira como direcionamos os olhos conforme uma série ordenada de ações, um algorítmo computacional. Esta área está há 31 anos tentando fazer isto e não consegue, mas os artigos não pararam de ploriferar já que a pressão da informatização da vida é muito grande e a cada dia os computadores estão ganhando mais espaço.
        poderia interpretar estes 31 anos de falhas em pesquisa dizendo que os cientistas estão inventando uma visão de mundo a partir de uma pressão social. Mas perceba como é mais elegante pensar que há 31 anos cinetistas tentam fechar um acordo para que a maneira como direcionamos os olhos ganhe vida própria? Pode ser que demore 50 anos para que esta realidade se revele. Tudo bem que se os computadores percam popularidade esta realidade nunca se revele, mas não é errado pensarmos que para que a realidade exista ela também precise ser criada.

        Também acho um erro esta separação de que “há quem se dedique mais em ciência e há quem se dedique em arte”. Bons artesão são normalmente bons cientistas, na pratica, é claro. Um gargalo de ganso que o Paster fez é uma obra de arte e tanto! Tem um texto muito bonito de Levi-Strauss, ciência do concreto, que quebra um pouco esta distinção. Definir “ARTE” também é uma tarefa muito complicada. Bom exercício de pensamento e tem estudiosos dedicados que passam a vida toda neste esforço.

        Curtir

      • Marcelo,

        “A ‘realidade’ para ganhar autonomia precisa também ser criada.”: isso é uma forma de você dizer: “Meu ponto de vista alternativo é tão válido quanto o seu”. Se a hipótese estiver errada, mesmo que ela seja aceita, ao longo do tempo, e ao longo do acúmulo de observações e experimentações, ela vai sendo refutada ou validada, independente do que o autor crê u não. A realidade não é criada, isso é papo filosófico. Na ciência, a realidade é o que é observável. Felizmente, cada dia mais temos instrumentos melhores que nos ajudam a observar e medir o que nossos olhos não conseguem ver. Sobre ter que convencer os meios de financiamento para subsidiar nossa pesquisa, é outra coisa.

        “Posicionamento interessante o dele, lembrando que ele não diz que a pensamento científico é errado, mas que existem outras “meras visões de mundo” que também são tão válidas quanto a nossa. Tão científicas quanto! (…) Se você vai ver como o antibiótico ou os anéis de benzeno foram descobertos é muito difícil de achar um critério que diferencie de um Page ou um feiticeiro selecionando coisas para realizar algum ritual.”: vai com calma nisso, que é uma idéia muito perigosa. A ciência não é desligada do conhecimento tradicional, boa parte dos nossos remédios são resultados de estudos com plantas e animais usados por populações tradicionais. Mas não foi só com conhecimento tradicional que elevamos a expectativa de vida em mais de 30 anos. Muita pesquisa científica foi necessária para isso, ainda que a origem de determinados compostos ativos venha de plantas tradicionalmente usadas pela população. E não, ser parecido com o método científico não é ser o método científico. Apesar de também terem experimentação, os produtos fabricados por anciões tribais estão longe de ser resultado do “método científico”. Não estou sobrevalorizando uma coisa em detrimento da outra, mas é saber o que é A e o que é B.

        “Aí não é uma questão de saber o que é ciência, mas saber separar o que é uma ciência de manual, que talvez só exista em manuais, e o que é uma ciência na prática.”: Espera, isso é uma tentativa de redefinir ciência? Ciência é resultado do método científico (ainda que alguém esteja usando-o sem saber que se chama assim), e pronto. Uma coisa que dá certo, não necessariamente é ciência, foi apenas uma tacada de sorte, com um bom palpite. Ou melhor: o primeiro passo dentro do método científico: observação, construção da hipótese e execução. Sem ser testado e replicado, sem entender exatamente o por que de ter dado certo (ou, perceber que nunca mais deu certo!), aí sim estamos fazendo ciência!

        ““ Há, de fato, nenhuma coisa como verdade final; paradigmas e epistemes são construções sociais, inevitavelmente, os produtos de um determinado tempo e lugar. No entanto, algumas construções são menos adequadas do que outras para compreender o mundo, e quando elas não conseguem iluminar e mostram-se contrárias à experiência devem ser revisadas ou abandonadas.””: Essa frase é uma falácia muito usada em sociologia e por isso, dentre outras tantas coisas, a sociologia seja mal vista pela “hard science” em geral (física, química, biologia): existem verdades finais sim, pois existem FATOS. A gravidade é um fato (ainda que os mecanismos de funcionamento ainda estejam em estudo), a evolução é um fato (ainda que os mecanismos de funcionamento estejam em estudo), as leis da termodinâmica são fatos (ainda que os mecanismos de funcionamento estejam em estudo…). Se eu jogar uma bola pro alto ela cai de volta ao solo (se não tiver força suficiente para escapar para o espaço), se eu usar antibiótico de maneira errada posso selecionar bactérias mais resistentes (e esse é um grande problema atual!), se eu colocar café quente em uma garrafa térmica ele perde menos calor mais vagarosamente que numa caneca de metal. Quando esse tipo de argumento – ‘não existem verdades, são construções sociais’ – aparece, pisca uma luz de alerta vermelho na cabeça do cético, pois é uma falácia para desvalidar qualquer coisa que o ouvinte venha a questionar, mesmo que ele se baseie em FATOS!

        Sobre o tempo de pesquisa na sua área, sem resultados concretos, cara, não tenho mesmo o que opinar, pelo meu desconhecimento pelo assunto. Mas sim, às vezes uma visão de mundo atrapalha a ciência, ao supor que se está certo, quando não está. Não digo que é o seu caso. Mas existe. A hipótese do Macaco Aquático é esse tipo de caso (http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2014/317/o-misterio-do-macaco-aquatico). E conheço biólogos que desenvolveram TCCs, e Mestrados sobre o assunto, sempre sem chegar a lugar algum… Mas, isso também faz parte do método científico. As sucessivas inconsistências e refutações só tornam a Hipótese mais enfraquecida, comparada com a hipótese de que não temos ancestrais aquáticos…

        “Bons artesão são normalmente bons cientistas, na pratica, é claro.”: Aqui eu te faço uma pergunta: o que é teoria, para você?

        Curtir

  2. Libardi,

    bem, apenas te oriento que existe um campo de conhecimento muito profícuo sobre a realidade e a ciência, com muitos estudiosos talentosos que dedicam seu tempo nisto. Eduardo Viveiros de Castro, Bruno Latour, Tim Ingold, Phillippe Descola, Boaventura souza são alguns destes que quebraram algumas dicotomias do pensamento moderno. Fora alguns outros autores interessantes de décadas anteriores. Humberto Maturana, e James Gibson poderiam entrar neste time, por exemplo. Palavra de humilde estudante que gosta de ler sobre este tema e que dedica algumas de suas horas a leituras sobre o ‘fazer da ciência’.

    Poderia enquadrar sua colocação sobre o fazer da ciência em um contexto do final do século XIX e início do século XX. Num contexto atual; caos ambiental, guerras de ciência e outros novos personagens no mundo acadêmico, agências de fomento, como a chegada de novas epistemologias de diversos cantos do planeta, creio que não temos mais grandes teóricos vivos que ainda defendam este posicionamento de que a ciência gera os tais FATOS ou de que a criação de um trabalho acadêmico siga da maneira tão linear que colocou. Distinção sua de arte é igualmente caótica. Gera erro na visão de como o trabalho científico funciona, ou do que é necessário para ser um bom cientista. talvez num contexto produtivista atual, sirva. Num contexto de uma ciência funcional, quem sabe. Talvez seja uma realidade que precise ser criada.

    A frase do descolá qual criticou, quer dizer não que não existam fatos, mas que os fatos são formas de compreender o mundo. Usando seu próprio exemplo da gravidade, quando o homem começou a pensar em velocidades extremas, a da luz, a teoria clássica da gravidade deixou de ser uma construção aceitável. Será que faltou a newton pensar no fator velocidade, ou que na época de Einstein haviam outros personagens em jogo?

    O fato de um cientista saber que sua ciência é apenas mais uma visão de mundo não o faz um mau cientista, ou um não cientista, como colocou, mas talvez em um cientista mais consciente de sua profissão, com novos desafios em mente. Mais consciente, digamos. Se sair ai perguntando para seus professores vai perceber que muitos sabem que a ciência é uma visão de mundo. meu orientador mesmo, doutor pelo max plank, é muito claro em dizer que “é preciso assumir uma posição”.

    Mas fico aberto para você me dar sugestões de leitura sobre o tema, algo além de Popper e Kuhn.

    Como me parece, a expressão “a realidade para existir ela precisa ser criada”, você não compreendeu bem. Te recomendo fortemente alguns dos autores que mencionei acima. Em especial o livro “ciência em ação” do Latour. leitura bem legal! É mais uma questão de dizer que a realidade não está aí fora, mas precisa de muito trabalho para que ela ande sozinha. Por isto somos cientistas.

    Uma frase bonita de levi-strauss, um dos maiores filosofos do século XX, diz o seguinte; se tirarmos o amor pela ampliação do tempo de vida dos indivíduos e de darmos mais energia a cada um deles, nossa sociedade é tão primitiva como qualquer outra.

    Não são todas as sociedades que querem viver eternamente. Existem outras prioridades, outros sonhos, outros mundos circulando. Talvez a bandeira de ampliarmos a vida seja uma bandeira nossa, da nossa sociedade. nossa ciência se gaba disto, mas soa tão estranhamente quanto colocar um time de futebol jogando contra um time de basquete e um lado se gabando de seus gols e outro de suas cestas, mas sem qualquer critério de comparação. Em matéria de preservamos o meio ambiente, por exemplo, temos muito o que aprender.

    do mais um abraço.

    vou tentar fazer meu fluxograma do ponto de vista da ciência na prática e te mando!

    feliz 2015, e com muita chuva!
    muito legal seus desenhos.

    Curtir

    • Olha Marcelo, sua argumentação é muito cansativa e foge completamente de qualquer aspecto do que eu retratei no post, inclusive da própria piada. Sabe o que me parece? Um texto do Henrique Leff (já leu O Saber Ambiental, p. ex.?), onde o indivíduo fala, faz conjecturas, hipotetiza, joga opiniões, usa palavras rebuscadas, dá voltas na argumentação, metade do texto fala em “novas epistemologias”, sem dizer o certo sua necessidade a não ser para se autojustificar na verborragia descontrolada, e NÃO SAI DO LUGAR! Usa tanto a palavra “talvez”, que o texto não chega a nenhuma conclusão efetiva, e tampouco consegue demonstrar com dados reais, as próprias idéias. É uma masturbação mental!

      Você é livre pra fazer o que quiser, não tem a necessidade de me avisar! Não tá de acordo com o que fiz? Não tá contente com a ciência? Bem vindo ao mundo da liberdade de expressão! Pode se expressar, e a atenção desejada nunca é garantida!

      Curtir

      • Latour… e seus pares baseiam se no relativismo epistemológico da escola francesa pra defecar complexidade semântica recheada de nonsense.

        Diversos autore, entre eles Sokal, expõem essa farsa: Um segundo alvo de ataque do nosso livro é o ‘relativismo epistêmico’, a
        saber, a ideia de que – ao menos quando expressa abertamente, está muito
        mais estendida no mundo anglófono que na França – segundo a qual a
        ciência moderna não é mais que um “mito”, uma “narração” ou uma
        “construção” entre muitas outras. (…) deslindaremos um certo número de
        confusões bastante frequentes nos círculos pós-modernos e de estudos
        culturais: por exemplo, a apropriação indevida de ideias procedentes da
        filosofia da ciência, tais como a subdeterminação da teoria pelas
        evidências ou a dependência que a observação tem da teoria, tudo com o
        propósito de apoiar o relativismo radical (SOKAL; BRICMONT, 1999, p. ).

        Não foi Irigaray, colega de Latour, que disse que a fisica de sólidos evolui mais rapidamente que a de fluídos por se estruturar no falo sólido masculino?
        Isso demonstra o nível de arguição da escola relativista francesa.
        Segue um exemplo da seriedad3 da escola de Latour :A equação E = mc² é uma equação sexuada? Talvez. Consideremos a
        hipótese como afirmativa na medida em que se privilegia a velocidade da
        luz sobre outras velocidades que são vitais para nós. O que me faz pensar
        na natureza sexuada da equação não é, diretamente, sua utilização nos
        armamentos nucleares, mas por ter se privilegiado a que vai mais depressa
        (SOKAL; BRICMONT, 1999, p. 116).

        Deixo um comentário a respeito destes sociólogos; ” Tudo aquilo que Sokal e Bricmont nos apontaram, tocam, no diagnóstico
        feito por Husserl. Todos os especialistas das humanidades citados, buscaram trazer
        para suas respectivas áreas, algo das ciências na natureza. E, com qual propósito?o de exibir
        erudição, para impressionar leitores leigos em assuntos científicos. Cada área do
        conhecimento tem seu valor, o diálogo é, muitas vezes, salutar, mas quando é forçoso
        ou inexistente, constitui uma impostura intelectual.” -PÓS-MODERNISMO EM XEQUE: ALAN SOKAL E
        JEAN BRICMONT EM IMPOSTURAS
        INTELECTUAIS
        André Assi Barreto.
        Universidade de São Paulo (USP)

        Curtir

      • Libardi,

        desculpe a verborragia, mas me parece que não sou só eu que percebe alguns erros bastante grosseiros no seu fluxograma, piadinha a parte. Poderia imaginar um grande cientista para cada ocasião que aponta para a pessoa “fazer arte”. Por exemplo, não posso dizer que o Darwin começou sua pesquisa com uma pergunta. Ele não embarcou no Beagle pensando na evolução, ou com uma pergunta, mas sua viagem foi toda uma construção, leituras, retro-alimentações e a teoria em si, só foi digerir muitos anos depois, um fluxo de ideias que em nada se parece com o que colocou acima.

        Ou podemos imaginar um cara pode ter a maior das ideias do mundo, a maior das vontades do mundo de resolver um problema com ciência e simplesmente ele não vai ter verba do CNPq para resolver, por algum problema burocrático qualquer. Por fim ele vende artesanato na praia. No livro “ciência em ação” que te indiquei, tem muitos exemplos disto.

        A ideia é não pensarmos em um domínio do pensamento para que uma teoria científica venha a cabo, mas na série de alianças necessárias, envolvendo humanos e não-humanos, para que ela aconteça. Não bastam as ideias e o tal do “livre-pensador”.

        Se você quer uma conclusão efetiva, como coloquei aí mais para cima, é que seu fluxograma está errado. Faz uma série de separações grosseiras do pensamento científico, o diferenciando de outros campos de conhecimento, ressuscitando um positivismo de mais de 100 anos atrás, em uma organização linear de passos que em nada se assemelha com o trabalho científico em sua prática. Fora a separação que é arte. Um bom PCR precisa de mãos de habilidosos artesãos.

        Tem este site bem legal, com alguns textos interessantes. Te recomendo. É de um professor de filosofia da ciência da unicamp.

        http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/textosdidaticos.htm

        A ciência não é apenas uma visão de mundo, mas também uma nova visão de mundo!

        Sobre as críticas de Sokal, elas são muito interessantes Adelino. Creio que fazem parte do amadurecimento natural de um campo de conhecimento nascente. Alguns “pós-modernos” tentaram ser mais realistas que o rei, despertando dúvidas e associações absurdas. Mas o que não invalida muitos dos avanços no campo, como a crítica da separação entre sujeito e objeto, que vale lembrar, nasceu da própria “hard science” com Heisenberg e botou abaixo uma importante dicotomia do pensamento moderno.

        livro legal sobre a crítica ao pós modernismo é ‘Jamais fomos modernos’, do Latour. Ele aponta que os pilares que manteriam o pensamento moderno nunca foram postos em prática. aí não é de se pensar que estamos em um pós-modernismo, mas que a modernidade jamais existiu.

        Curtir

  3. Moço detentor do saber “O Que é Ciência”, me explica uma coisa?

    Quer dizer que um Artista que Vive na Praia só conhece “Pseudociência”? Arte e Ciência são dissociadas e não afins? Você não falou isso explicitamente, e o seu desenho foi uma “brincadeirinha”, mas o que transparece é que você quer separar a Ciência da Vida… botando a Ciência num grau bem positivista, diga-se de passagi. Ninguém é auto-suficiente não camaradinha…

    Curtir

    • Não cara, não sou detentor. Leia Stephen Jay Gould, Carl Sagan, Marcelo Gleiser, Drauzio Varella, Martin Gardner que aí você vai ter um melhor vislumbre de onde vem alguma idéia do que é ciência… Isso, só para você não precisar ler Khun e Popper…

      Curtir

  4. Ninguém nem nada é auto-suficiente… a Vida, as Pessoas, os Pensamentos, não podem ser isolados, estudados em ambiente controlado e guardados em caixas separadas. As coisas são simultâneas… elas interagem e se acrescentam. Posso ter entendido mal a intenção do seu quadro, e ter exagerado em cima de uma brincadeira, mas os pressupostos que ele apresenta são bem evidentes… e são pressupostos que fizeram a Ciência/Progresso, nas Academia do Séc. XX, se mostrar mais cega e fanática do que a Religião/Cristianismo nas Igrejas desde a Idade Média.

    Curtir

    • Oi Henrique (ou Johnny Bravo, não sei…),
      Sim, você interpretou mal, mas deve ser porque não sabe mesmo como funciona o método científico (não que isso seja bom ou ruim, apenas não sabe). Isso é sua opinião, fundamentada em uma compreensão errada do que é o método científico, misturado com uma intolerância ao humor de outro.

      Curtir

  5. Ao me deparar com esses textos hoje pela manhã, a única pergunta que me veio à mente foi: Se Deus não tivesse colocado nesse planeta, espíritos com forma de humanos limitados porém curiosos, como estaríamos se ainda hoje precisássemos andar a cavalo para percorrer longas distancias? Como faríamos para nos comunicarmos com nossos entes queridos sem internete? E a resposta já sabemos dar logo logo se passarmos “apenas pela lógica da ciência humana”. Mas se a pergunta for: quem será que colocou as estrelas no céu? Quem fez o planeta terra tão perfeito e completo para que desenvolvêssemos nossas capacidades intelectuais, além das necessidades materiais? Para quem ainda não tem a resposta, eu convido a deitar-se no chão numa noite de lua cheia e o céu bem limpinho de nuvens e me dizer quem colocou tudo isso lá? Até onde e “ciência que busca a precisão, e a arte que traduz “apenas os sentimentos humanos”; pode explicar isso? Não conheço o nome deste homem, nem desta mulher….Quem sabe…por favor me diga. E ainda assim, haverá quem duvide da presença Divina em nossas vidas Por hoje…vou ter que deixá-los porque preciso nas minhas horas de folga, contemplar e agradecer à Deus a paisagem mais bela que já vi pintada em uma tela, mas que prefiro ver ao natural: O MAR.

    Curtir

    • Olá Maria, permita-me te indicar uma boa leitura que trata sobre estes temas tão profundos, e que nos despertam tanta curiosidade, além de ser um bom livro para ler na praia. Chama-se Contato, de Carl Sagan. Há um outro excelente livro, chamado Debates Sobre Fé e Ciência, uma conversa entre o físico Marcelo Gleiser (que apresentava no Fantástico) e o Frei Betto, que tem obras muito interessantes sobre fé e sobre história. Abs!

      Curtir

  6. Rs……. fiquei alguns dia sem ler A Vida de Biólogo e, este post em especial me fez rir muito com alguns comentários … adoro arte e, se nada der certo também vou vender arte na praia 😀

    Curtir

  7. Realmente aprendi bastante coisa lendo esses verdadeiros tratados, mas apenas uma coisa me marcou realmente.
    Aprendi que a falácia do apelo a autoridade pode ter diversos desdobramentos, como o apelo a titulação, ou o apelo ao tempo de dedicação a área, ou o apelo a pseudociência popular, apelo a instituição de formação, apelo a qualquer porcaria que tenha sido publicado em forma de livro (lembrando que o Hobbit é um clássico, que o Tolkien é muuuuuuito foda, mas, ainda assim, não existem dragões!!! E esse é apenas um paradigma que pode ser refutado a qualquer momento, desde de que alguém encontre, registre, colete, deposite em uma instituição séria, descreva o tal dragão e publique em uma revista científica, com corpo editorial, aí a existência de dragões será um fato e não uma visão de mundo, ok?) ou ainda o apelo ao vocabulário pomposo. Haja falácia, devia existir uma ciência, para estudar as relações filogenética entre elas…
    E ainda sim, uma coisa continua sendo uma coisa e outra coisa continua sendo outra coisa. E validas ou não, elas não podem ser comparadas eficientemente, a menos que tenham utilizado a mesma metodologia, ou que se use alguma meta-análise…
    E já que isso aqui virou o clube de falácia, resolvi me enquadrar.
    Ahpelamordedeus!!! Usar estudos de sociologia pra botar em cheque o método científico é como usar homeopatia pra curar câncer e aceitar que a resolução de 1 caso em cada 1000 seja a prova de que funciona.
    “contexto atual; caos ambiental, guerras de ciência e outros novos personagens no mundo acadêmico, agências de fomento, como a chegada de novas epistemologias de diversos cantos do planeta”, só mudam a “visão de mundo” e talvez sejam uma forçante que altere os resultados, mas não alteram o método científico e sua eficiência, podem alterar a visão de alguns sobre ciência, mas estes sempre cairiam no “vá vender” trampinho “na praia” não importando a conjuntura, o tempo, ou o objeto,ou onde este esteja enfiado.
    E só pra não deixar passar…
    No final das contas, sempre tem um que me aparece pra falar de religião!!!!!
    Por que entrar nesse assunto, se o poste não tem nada a ver com isso???
    Ninguém tá dizendo que deus na existe, nem que você tem que aceitar o método científico.
    No máximo a “piada gráfica” diz que, se você quer seguir na ciência, é necessário que abrace o método científico e que tenha muita dedicação e foco, caso contrario opte por outra carreira.
    Como diria uma grande pensadora da atualidade, a qual não vou citar, pra evitar o “apelo a autoridade”:
    “Haters gonna hate”

    Curtir

  8. Pingback: Por que vender arte na praia? | Vendendo Nossa Arte Na Praia

  9. Pingback: EBA!!!! TAG: LIEBSTER AWARD | Vendendo Nossa Arte Na Praia

  10. Pingback: Os cinco traços de personalidade cruciais para se tornar um cientista profissional | Sobrevivendo na Ciência

  11. Pingback: Pense duas vezes antes de virar cientista – Sobrevivendo na Ciência

Deixe um comentário